Nunes
Estou postando algumas camisas de futebol, que foram utilizadas em um grande momento dos clubes, um momento histórico do futebol, e também a história do campeonato na qual ela foi usada, por exemplo a camisa usada pelo Corinthians em 1977. O uniforme conta a história de uma época ou de um ano somente ou apenas um campeonato. A camisa de um clube e seu distintivo, significa o que tem de mais representativo para um clube ou seleção, é como a nossa bandeira nacional, com todas as suas estrelas, representa para nós cidadãos brasileiros.
CAMPEONATO PAULISTA DE 1977 – CORINTHIANS CAMPEÃO
O Campeonato Paulista de Futebol de 1977 teve como campeão o Sport Club Corinthians Paulista, que com essa histórica conquista deu fim a uma série de 22 anos sem ganhar este campeonato. A equipe corintiana derrotou na final, após 3 partidas, a equipe da Associação Atlética Ponte Preta, de Campinas, pelos placares de 1 a 0 para o Corinthians na primeira partida, 2 a 1 para a Ponte Preta na segunda partida e 1 a 0 para o Corinthians na terceira e última partida.
Dia 13 de outubro de 1977 data histórica no futebol brasileiro e da história do futebol do Sport Club Corinthians Paulista jogo final teve um publico de 86.677 pagantes. O juiz foi Dulcídio Wanderley Boschilia. O Corinthians foi campeão com Tobias. Zé Maria. Moisés Ademir e Wladimir. Ruço e Luciano. Vaguinho. Geraldão. Basilio e Romeu. A Ponte Preta perdeu com Carlos. Jair. Oscar. Polozi e Anglo. Marco Aurélio e Dicá. Lucio. Rui Rei. Wanderlei e Tuta (Parraga).
O jogo: Apesar do empate dar o título ao Sport Club Corinthians Paulista o time foi todo ao ataque. Seus jogadores sentiam o desejo da torcida, a necessidade de vibrar com um gol. Somente assim o carnaval do campeonato seria completo. A torcida não queria que a conquista do titulo viesse com um empate que favorecia seu time pelas duas vitórias anteriores. Evidentemente o nervosismo aumentava a medida que o tempo passava. A tática nessa hora não é o fator principal. O principal é a raça, o coração, a vontade de vencer. Aos 38 minutos do segundo tempo saiu o gol corinthiano. Depois da cobrança de uma falta por Zé Maria, se estabeleceu uma tremenda confusão na área da Ponte Preta. A bola bateu na trave e voltou, Wladimir cabeceou na cabeça de um zagueiro e no rebote, Basilio chutou para as redes adversárias. Foi um delírio no estádio do Morumbi. Parecia que somente existia corinthiano no estádio. Ao final do jogo, foi uma loucura de jogadores, dirigentes e torcedores.
COPA LIBERTADORES DE 1976 – CRUZEIRO CAMPEÃO
Nas décadas de 60 e 70, o cenário sulamericano era dominado por times argentinos e uruguaios. A única equipe brasileira a se sagrar campeão da Taça Libertadores fora o Santos de Pelé.
Os representantes do Brasil na Taça de 1976 eram Internacional e Cruzeiro, respectivamente campeçao e vice do campeonato nacional. Os dois se enfrentaram na primeira fase num jogo emocionante em que o Cruzeiro prevaleceu, vingando a derrota no campeonato brasileiro do ano anterior: 5 a 4 para a academia celeste.
Na edição da Libertadores de 1976, cada um dos 10 paises participantes seriam representados por dois clubes: para o Brasil, Internacional e Cruzeiro (campeão e vice do brasileiro do ano anterior).
Os 20 clubes, divididos em 5 grupos, disputariam as 5 vagas para as semifinais, onde se juntariam com o vencedor da edição anterior, o Independiente da Argentina.
Após a fase eliminatória, River, Independiente e Peñarol formaram o primeiro grupo das semifinais, enquanto o Cruzeiro se juntava a LDU e Alianza no segundo grupo.
As semifinais mostraram a força de Cruzeiro e River que fariam uma final digna dos grandes jogos de todos os tempos e o Cruzeiro poderia devolver ao Brasil a taça que faltava desde a última conquista do Santos de Pelé, em 1963.
O Cruzeiro fez a final contra o River Plate, da Argentina que, assim como o Cruzeiro, nunca havia vencido a Libertadores. Na primeira partida no Mineirão, o time aplicou um show de bola nos argentinos e goleou por 4 a 1. O terceiro gol foi mais um gol antológico daquela brilhante campanha. Joãozinho driblou Comelles e Perfumo e cruzou para Palhinha, que com um leve toque de cabeça pra trás, encontrou Eduardo, que vinha na corrida, fez que ia chutar, mas foi a linha de fundo e com um toque encobriu o goleiro Fillol para Palhinha marcar de cabeça.
CAMPEONATO MUNDIAL DE 1981 – FLAMENGO CAMPEÃO
Muitos achavam que o Flamengo era um time que só conquistava títulos no Maracanã. A Taça Libertadores, vencida no Uruguai, balançou a tese. Depois, o show seria em Tóquio
Os craques rubro-negros entraram em campo no dia 13 de dezembro de 1981, para enfrentar o Liverpool pelo Mundial Interclubes, com o objetivo de exterminar uma velha máxima ouvida pelos quatro cantos do Brasil: “o Flamengo é time de Maracanã, só neste estádio mostra superioridade”. É verdade que, apenas 20 dias antes, o clube carioca conquistara a Taça Libertadores em Montevidéu, no Uruguai, ao derrotar o Cobreloa, do Chile. Mas pouco importou para os críticos. Para convencê-los, o jeito era superar os ingleses. Com sobras, de preferência.
Tudo indicava que não seria fácil. O Liverpool passava por uma fase semelhante à do Flamengo, conquistando títulos há muitos anos. Por coincidência, a primeira taça importante, a da Copa dos Campeões da Europa, foi conquistada em 1978, mesmo ano em que o clube da Gávea vencia o Campeonato Carioca, dando início a uma era de ouro em sua História.
A saga vitoriosa do Liverpool seguiria com dois títulos de campeão Inglês, em 1979 e 80, uma Copa da Inglaterra, em 81, e uma nova conquista da Copa dos Campeões da Europa, também em 81. Enquanto isso, o Flamengo arrebatava mais três Campeonatos Cariocas, 79, 79 (Especial) e 81, um Brasileiro (80) e uma Taça Libertadores (81). Os capitães das duas equipes, Thompson e Zico, deviam estar exaustos de tanto praticar levantamento de troféus.
Na guerra dos currículos, pior para o clube brasileiro. Para os especialistas em futebol, as campanhas dos títulos recentes do Liverpool haviam sido mais árduas. Por exemplo, em 1981, enquanto o Flamengo vencera o desconhecido Cobreloa na decisão da Libertadores, o time inglês superara Bayern de Munique e Real Madrid nas duas últimas fases – semifinais e final, respectivamente – da Copa dos Campeões. Pois é, só que essas teses pouco valeriam em Tóquio. Em campo, como adoram repetir os jogadores, seriam 11 contra 11. Durante o jogo decisivo, aí sim, surgiria o favorito.
Os 62.000 torcedores que compareceram ao Estádio Nacional não tiveram que esperar muito para saber qual era o melhor time em campo. Aos 13 minutos, Zico lançou Nunes que viu a saída desesperada do goleiro Grobbelaar e, ainda fora da grande área, o encobriu para abrir o placar. “Acidente de percurso”, pensaram os ingleses. Coitados, mal sabiam que o show rubro-negro estava apenas começando.
Não se pode dizer que o Liverpool não contava com talentos capazes de inverter o rumo da partida. Os habilidosos Souness e Dalglish, dois dos maiores jogadores da História do futebol escocês, poderiam brilhar a qualquer momento, fazendo o Flamengo tremer. Tremer? Presta atenção no time dirigido por Paulo César Carpegiani: Raul; Leandro, Marinho, Mozer e Júnior; Andrade, Adílio e Zico; Tita, Nunes e Lico. Havia craques por todos os lados, vencê-los era tarefa quase impossível.
E o pior para os ingleses era que Zico estava inspirado, levando à loucura a defesa adversária. Aos 34 minutos, McDermott derrubou Tita na entrada da área e o Galinho se encarregou da cobrança da falta, mandando a bomba que Grobbelaar apenas rebateu. Na sobra, Lico acertou Thompson e Adílio, esperto, estufou a rede: 2 a 0.
O Liverpool bambeou, faltava pouco para ruir de vez. A solução era torcer para que o primeiro tempo terminasse logo, com a intenção de se recuperar dos ferimentos no intervalo. A tática estava acertada, só faltou avisar a Zico e Nunes. Aos 41 minutos, o maior jogador do Flamengo em todos os tempos lançou novamente o centroavante, que avançou e bateu na saída do goleiro. Com 45 minutos de antecedência, a taça já tinha destino certo: o Rio de Janeiro.
O segundo tempo foi arrastado, chato mesmo de se ver. O Liverpool não mostrava forças para reagir, limitou-se a ficar na defesa – talvez temendo sofrer uma goleada ainda mais humilhante. Os craques do Flamengo tocavam a bola de pé em pé sem objetividade, envolvendo os combalidos adversários e esperando o tempo passar. Foram 45 minutos de total domínio rubro-negro sobre os ingleses.
Final de jogo e festa no Brasil, o clube mais popular do país conquistava o mundo. Agora, definitivamente, o Flamengo não poderia ser chamado de “time de Maracanã”. Afinal, provou ser imbatível em todo o canto, até mesmo do outro lado do planeta.
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